domingo, 16 de fevereiro de 2014

A História da Fábrica Paulista de Rock

FÁBRICA PAULISTA DE ROCK 



INTRODUÇÃO

A história de uma banda de “Rock And Roll” dificilmente começa com o surgimento do grupo propriamente dito, mas sim, alguns anos antes, com a história individual de cada um de seus integrantes.
Com a nossa banda a coisa não foi diferente: sua história, para ser compreendida integralmente, inclusive o porquê de tanta luta e perseverança, deve ser observada alguns anos antes de seu surgimento, com a história de seus integrantes originais.
Neste material iremos discutir alguns pontos sobre nossas histórias individuais, o que acabaria por culminar na formação de nossa banda de “Rock And Roll”, e pela trajetória de nosso grupo ao longo dos duros anos que nos esperavam!
Notarão que, em alguns momentos, a história será contada na primeira pessoa, pois, como sou o único integrante da banda que passou por todas as fases, terei mais condições de elucidar alguns pontos importantes.
Espero que esta seja uma boa leitura, e que você tenha o mesmo tesão de lê-la quanto eu tive de escrevê-la!

Walter LP Possibom




CAPÍTULO 1
AS SEMENTES

Desde os tempos de cursinho, quando encontrei o Carlinhos (com o qual estudei durante o primário, e só o reencontrei quando fomos fazer cursinho no Objetivo da Paulista), que a possibilidade de, juntos, montarmos uma banda de “Rock And Roll” se mostrava possível. Nos intervalos entre as aulas, no ônibus (morávamos muito próximos e não nos lembrávamos!), sempre conversávamos sobre o mesmo assunto: “Rock And Roll”. Discutíamos sobre nossos grupos preferidos, sobre os shows que havíamos assistido etc. Foi desse tempo, que remontava o doce ano de 1975 (auge do “Rock” no Brasil e no mundo, época em que despontaram as maiores, e inesquecíveis bandas de nossas vidas, tanto no cenário Internacional como no Nacional), que surgiu a idéia de formarmos a “nossa própria banda”.
Porém, ao passar a época do cursinho, quando ingressamos na Faculdade – eu indo estudar em Botucatu e o Carlinhos por aqui em São Paulo – nos distanciamos por causa dos estudos, da falta de tempo devido, dos desencontros nos finais de semana e, obviamente, do distanciamento físico a que nos encontrávamos. Assim, a ideia da banda ficou um pouco abandonada, até porque, tanto eu, como ele – de forma incrível para quem pretende formar uma banda de “Rock” – não sabíamos tocar nenhum instrumento! Desta forma, o tempo seria nosso algoz para alcançarmos tal intento.
Quando eu estava no 3º ano da Faculdade, fui morar com um colega numa República, o Marcão, que sabia tocar violão de forma precária e que curtia, tal como eu, Rock.

Original da Música Noites Paulistas

Da mesma forma com que eu discutia Rock com o Carlinhos, a história com o Marcão foi idêntica: ficávamos discutindo sobre “Rock” todo o tempo disponível. Eu sempre levava fitas sobre novos conjuntos e materiais sobre o assunto para lermos e discutirmos (no “Rock”, assim como na história de muitos povos e civilizações da humanidade, suas histórias são passadas, na maior parte das vezes, pelo sistema de “boca-a-boca”, pelos seus “adoradores”).
Certa noite, quando ele estava tocando uma música dos Stones no violão, eu propus que formássemos uma banda e ele topou de imediato.
No dia seguinte fomos procurar alguém, em Botucatu, para termos aulas de violão; encontramos um “negro, afro-descendente” que sabia tocar de tudo, o cara era realmente muito bom. Matriculamo-nos de imediato!
Foi lá em Botucatu, portanto, que aprendi a dar os meus primeiros acordes no violão.
Ficamos estudando com o cara por aproximadamente um mês, pois ele não saía dos mesmos acordes dos quais nos passava através de cifras, e além disso, só nos dava músicas de MPB para tocar, o que nos deixava profundamente irritados e com extrema má vontade de executá-las, pois queríamos aprender Rock e não outro estilo musical!
Conclusão: resolvi estudar sozinho. Em menos de 2 meses eu já tocava razoavelmente bem, evidentemente que por cifras!
Foi aproximadamente nesse tempo que eu fiz a minha primeira música, que se chamou “Stress”. E este nome, sugerido por mim, também foi o primeiro da banda. Ele surgiu da ideia de traduzir bem quais eram as reações que queríamos provocar nas pessoas quando nos ouvissem, além de se identificar muito com o “Rock”.
Esta música foi muito importante, pois após ela; vieram muitas outras em pouco tempo, podendo-se dizer que, até o final daquele ano eu já tinha composto por volta de 15 músicas. As letras eram compostas exclusivamente por mim, enquanto que, na maior parte delas, a melodia era composta em conjunto com o Marcão, que tinha mais noção de harmonia e de melodia do que eu; eu “cantava” e ele cifrava a música.
O primeiro passo para a formação de um “conjunto” fora tomado: tínhamos alguma noção do “instrumento” e algumas músicas. O segundo passo não demorou muito e começamos a chamar outras pessoas para completarmos a banda. À princípio, apesar do fato de eu estar aprendendo e tocando violão, eu ficaria com o contra-baixo e o Marcão com a guitarra. Passamos a viver várias experiências com alguns integrantes, algumas boas e muitas ruins, pois não conseguíamos ficar mais de 1 mês com a mesma formação, e o saldo acabou ficando negativo.
Após esse período, eu voltei a me fixar na guitarra, quando então eu comprei uma Giannini Super Sonic na cor vinho (muito parecida com a Fender Modelo Stratocaster, com alavanca de trêmolo e tudo!), no ano de 1981. A partir de então, passei a estudar aqui em São Paulo, com um Chileno, aos sábados de manhã. Fiquei estudando com ele por, aproximadamente 1 ano e aprendi muitas coisas boas que me ajudaram bastante no meu desenvolvimento musical.
No ano de 1982, quando eu vi que as coisas para mim em Botucatu não dariam bons frutos, pois eu iria me formar e sair de lá e voltar para Sampa, o Marcão iria voltar para Presidente Wenceslau, e isso inviabilizaria o nosso projeto, então já com alguma experiência de “conjunto”, resolvi aproveitar essa “bagagem” para montar uma banda com caras aqui de Sampa. Foi quando, eu e o Carlinhos resolvemos que, após eu concluir a Faculdade em 1983, nós entraríamos firmes na batalha para, juntos, realizarmos o sonho de termos a nossa banda!
E assim foi...



CAPÍTULO 2
O SURGIMENTO DA BANDA

Em 1983, pintaram uns feriados logo no começo do ano que vieram em excelente hora, afinal, eu estava no último ano da faculdade e este fora extremamente cansativo porque não tive férias no meio do ano e tive que alternar estágios em várias cidades com plantões semanais, fazendo com que eu dedicasse um bom tempo nos estudos e no trabalho, para poder passar os feriados na praia, junto com os amigos.

O Primeiro Nome e a Primeira Logo da Banda
Este nome acabou sendo posteriormente trocado, pois foi identificado que já existia uma outra banda brasileira com esse nome do Paraná.

Num feriado, juntamente com o Carlinhos, fomos passar na Praia Grande na casa da irmã dele.
Num Sábado à noite haveria um show do Zona Franca em Mongaguá, do qual descobrimos graças aos abençoados “lambe-lambe” (folhetos colados nos postes de luz, de ônibus, portas de bar etc... que eram naquela época, o maior veículo de comunicação e divulgação de shows de “Rock” aqui em São Paulo, e que realmente funcionava, pois o roqueiro que o visse se encarregava de espalhar para toda a turma o acontecimento, e todos se encontravam no show – uma festa!).
Fomos ao show, do qual foi aberto por uma banda que era por nós desconhecida (fato raro que aconteceu conosco, pois estávamos absolutamente por dentro do que ocorria no underground do “Rock” Nacional e conhecíamos todas as bandas que haviam, pelo menos é o que pensávamos até este show!). Esta banda se chamava nada mais nada menos, do que “Stress”. Ficamos um tanto quanto aborrecidos, e por que não dizer, putos da vida com isto! Teríamos que mudar o nome da banda, o que não nos agradava, pois este já tinha história para nós, pequena, é verdade, mas importante, pois foi a centelha.
Resolvemos, então que o novo nome seria “Pulsar”. Este nome foi sugerido, pois seu significado é bastante interessante: é uma fonte de rádio estrelar, com origem conhecida, e que se irradia para o infinito. Exatamente aquilo que entendemos por “Rock And Roll”, ou seja, tudo a ver com a nossa banda.

O Novo Nome da Banda
Esse foi o nome escolhido para substituir o antigo. O nome se refere a conceitos de Astronomia, tema muito apreciado por todos nós, então cabia bem.

Na volta desse show, após estacionarmos o carro em frente à casa da irmã do Carlinhos, chegou um carinha perto de nós e começou a puxar papo, pois ele já havia visto, no vidro traseiro de meu carro, um adesivo com uma foto do “Black Sabbath”. Começamos a conversar sobre “Rock”, e também sobre nossa pretensão de formar uma banda. O cara também estava com as mesmas intenções e combinamos um encontro em São Paulo (ele morava na Vila Guilherme) para iniciarmos o trabalho visando à formação da banda. Esse cara era o Claudio (Molina), que se firmou como nosso primeiro vocalista e futuro baterista da banda, em nossa segunda formação.

A Primeira Formação da Banda
Da esquerda para a direita : Walter ( guitarra ), Carlinhos ( baixo ), Claudio ( vocal e violão ) e Edu ( bateria ). Ao fundo o banner com a logo da banda.

No Sábado seguinte, eu fui junto com o Carlinhos na casa do dele, levando o meu violão e as minhas músicas. Fizemos uma pequena “jam-session” onde apresentei as músicas. Houve boa aceitação por parte de todos, e acertamos que a formação da banda seria com o Claudio nos vocais, o Carlinhos no contrabaixo e eu, Walter na guitarra.

Em pleno ensaio
Aqui podemos ver alguns equipamentos da banda na época: à esquerda um Amplificador Delta sobre uma caixa de som da vitrola do Claudio, que aqui não é vista. À direita, atrás dom Claudio, um Amplificador Mikassim onde amplificávamos a guitarra. Ao fundo, a bateria, cujo set era formado por um bumbo, uma caixa de repique, um tom e um surdo, além de um chimbau. Nessa época não haviam pratos ( a coisa estava preta ). O Claudio empunhava um microfone Le-Son Nacional. Este ensaio foi feito na casa do Cláudio, primeiro local de ensaios da banda.

Faltava apenas o baterista para podermos dar início aos nossos trabalhos.
Durante a semana seguinte o Claudio ficou sabendo de um cara que já havia tocado bateria e que talvez se interessasse em tocar conosco, e marcou com ele para termos um encontro no próximo sábado afim de acertarmos os detalhes. No dia marcado o cara estava lá. Era o Edú, que passou a ser o quarto elemento a integrar o nosso grupo. A formação da banda acabou sendo a seguinte:

- Carlinhos - Contrabaixo
- Claudio - Vocais
- Edu - Bateria e Percussão
- Walter - Guitarra e Vocais

Mais ensaio
Aqui podemos ver com mais detalhes a grandiosidade dos equipamentos que usávamos na éoca; a esquerda observamos o Amplificador Mikassim que era utilizado pela guitarra. A direita, a famosa vitrola que servia de Amplificador para o vocal. A direita e acima da vitrola vemos o Grande Amplificador Delta, que era usado pelo baixo. O pedestal do microfone era da marca "Made In House".


CAPÍTULO 3
OS PRIMEIROS ACORDES

A banda começou os ensaios propriamente ditos, após aproximadamente um mês desse encontro; em agosto de 1983, que foi quando o Edú comprou a sua bateria, uma peça de rara beleza e praticidade: era composta por 1 bumbo, 1 surdo, 1 caixa, e 1 tom-tom! E após algum tempo, ele acrescentou 1 prato de ataque e 1 chimbau, aumentando a “classe” da mesma!. E esse mês é considerado por nós, como a data de fundação da banda por esse motivo !
O resto do equipamento acompanhava a “classe e a categoria” da bateria:
- 1 guitarra Giannini Super Sonic, amplificada em uma vitrola velha de potência, no mínimo duvidosa, juntamente com um microfone Le Son nacional de qualidade não menos duvidosa;
- 1 contrabaixo, de marca desconhecida, “envenenado” num Amplificador Delta de 30W (daqueles que se usam em Kombis para vender pamonha) que era do Carlinhos.
Posteriormente compramos um Amplificador Mikassin de 50 W (de uma esplendorosa fidelidade sonora comparável apenas aos velhos “Marshall” valvulados!) no qual a guitarra passou a ser “amplificada”, liberando a velha vitrola para “envenenar” apenas o microfone.
Quando não podíamos contar com o contrabaixo para os ensaios, colocávamos um encordoamento pesado na guitarra e a usávamos como contrabaixo, e o violão, no qual eu havia colocado um captador eletro-magnético, fazia às vezes da guitarra. Bons tempos! Maus tempos! (mas fomos “muuuito” felizes )
As dificuldades nos ensaios eram progressivas e desanimadoras, pois esses “maravilhosos” equipamentos eram muito frágeis, não podíamos usar toda a sua potência, pois aqueciam demais e, como consequência, “torravam literalmente”. O uso de sua potência total era de extrema necessidade, não porque queríamos “aborrecer” a vizinhança, mas porque tínhamos um baterista, no pleno conceito do termo: “animal”; ele simplesmente “esmurrava” a bateria, fazendo com que ela soasse o mais alto possível (um dia o Edú me disse que, quando era bebê, sonhava todas as noites que uma bateria o perseguia e roubava sua mamadeira com café e rum: daí o seu ódio delas e procurava se vingar durante os ensaios!). Não é preciso dizer que cansamos de pedir ao ilustre baterista que maneirasse o seu ímpeto, porém, após sucessivas tentativas, cansamos e passamos a aceitar o nosso ruidoso destino. Cabe aqui salientar que, por várias vezes procuramos aonde se encontrava o “potenciômetro” desse membro da banda, e nada encontramos. Nessa época os ensaios eram feitos na casa do Claudio, num salão embaixo da casa “azulejado”, o que aumentava consideravelmente a reflexão dos sons agudos como os da bateria; eram verdadeiras “estilingadas” em nossos ouvidos!

Primeiras Melhorias Técnicas em Equipamentos
Aqui nesta foto já podemos ver que a bateria se encontra em melhores condições, pois já observamos a presença de um Prato de Condução agregado à ela. Para nós, naquele momento, isso foi de grande importância e grande incentivo.

A partir dessa nossa triste realidade, passamos a fazer várias economias para podermos comprar um equipamento de melhor qualidade. Acabamos comprando uma boa quantidade de equipamentos de menor qualidade, que juntos, acabaram nos possibilitando a fazer alguns “rolos” via jornal “primeira mão” e conseguimos equipamentos mais “decentes”, minimizando este “pequeno” problema.

Hora de Descanso
Esta foto mostra os intervalos que fazíamos durante o ensaio. Estas pausas eram utilizadas para fazermos pequenas mudanças nos arranjos da música, ou então, para criarmos as aberturas, riffs ou encerramento das mesmas. Outro momento bastante produtivo era quando inciávamos o ensaio e fazíamos o aquecimento, no qual cada um tocava o que queria e acabávamos tendo idéias que muitas vezes eram aproveitadas nas músicas.

Um dos fatos mais curiosos e engraçados neste começo da banda era que em decorrência dessa “ensurdecedora performance”, várias tentativas foram feitas para diminuir o som provocado pelas baquetas do Edú, dentre elas, os “panos dobrados” que colocávamos sobre a pele da bateria, o que acabava por “atenuar” um pouco o som. No início, tudo corria muito bem, porém, no decorrer do ensaio, o Edú acabava colocando a baqueta por entre o pano e a pele e acabava “arrancando” esses panos, fazendo com que a bateria voltasse a ter o seu “som natural” e não menos ensurdecedor! O término dos ensaios se dava com todos nós ouvindo um “estranho zumbido”! A agressividade do Edú era tamanha, que ele chegava a “quebrar” 2 ou 3 baquetas durante os ensaios. Era para nós, momentos que tínhamos que estar extremamente atentos, para sabermos para onde iria o pedaço da baqueta para que pudéssemos nos desviar do projétil, o qual ia a uma velocidade de dar inveja a um Míssel Cruiser!

Pausa para afinar os instrumentos
Nesta foto observamos o Edu afinando a Caixa de Repique.



CAPÍTULO 4
HISTÓRIAS DE ENSAIOS – O VINHO CHAPINHA

Uma história muito engraçada se deu em um desses ensaios, quando saímos em busca de uma garrafa de vinho para ser degustada durante os ensaios.
Fomos até o Supermercado Pão de Açúcar que ficava próximo à casa do Claudio, e por questões meramente financeiras, acabamos por trazer um vinho branco licoroso – que era o mais barato que encontramos – da marca “Chapinha”.
A qualidade deste vinho era comparável ao equipamento quer tínhamos nessa época, ou seja, muito abaixo da crítica.
Conclusão: ficamos num “fogo” fantástico, com graves consequências “cefálicas” para os dias subsequentes, sem contar o comprometimento do ensaio daquele dia: estava muito difícil de tocarmos alguma coisa.
A consequência imediata desse ato de “sabotagem” foi sofrida pelo Edu, que nessa época ia aos ensaios de trem. Sabíamos que o último trem para Osasco saia por volta das 24h00min, e que, além disso, ele teria que pegar o metrô para chegar à estação ferroviária, logo o ensaio tinha hora certa para acabar – claro que um pouco antes desse horário.
Acontece que, por força do “fogo”, o Edu tinha ido tirar uma “soneca” num sofá que havia em nosso salão de ensaio. Ao cair da noite, adiantamos o relógio do Edu para que ele pensasse que já eram 23h30min – hora a qual seria impossível ele pegar o metrô e chegar a tempo de pegar o último trem para Osasco – e o acordamos, lembrando-o de que tinha que ir embora para poder pegar o trem e voltar para sua casa.
Claro que a primeira coisa que ele fez foi verificar que já era noite – quando ele se deitou para tirar a soneca ainda era dia – e a segunda providência foi checar que horas eram. Assim que viu, ele ficou absolutamente transtornado pelo horário, e após termos conseguido sossegá-lo, o Claudio ofereceu uma cama para que ele pudesse dormir ali mesmo e no dia seguinte retornaria para sua casa, o que foi muito a contra gosto do Edu, que se apresentava extremamente contrariado pela situação.
Não é preciso dizer que, quando contamos a verdade ele ficou muito “puto” conosco.



CAPÍTULO 5
A PRIMEIRA APRESENTAÇÃO ESPECIAL

Em dezembro de 1983 pintou a primeira oportunidade de subirmos a um palco e mostrarmos o nosso trabalho. Todos nós tínhamos absoluta consciência das condições “musicais” da banda, mas o palco além de muito tentador, seria muito importante como estímulo e como experiência para todos nós.
Foi um Festival de Música de um Colégio na Vila Guilherme, cujo nome era “CECA- Escola Estadual Casemiro de Abreu”. Nos inscrevemos com o número máximo de músicas: 3. As músicas eram as seguintes:
- Homem nas Trevas
- Universo Interior
- Rock And Roll

Festival na Ceca
A imagem não é das melhores, mas é a única que temos que mostra como era o palco, atrás da tabela de basquete, e onde fomos tocar.

Esse festival foi vital para nós, do ponto de vista de reforçar a importância dos ensaios a serem feitos de forma séria, pois até então, estávamos ensaiando por aproximadamente 2 meses, e não conseguíamos ensaiar 1 música por inteiro, pois o pessoal se cansava logo, mudando de uma música para outra. Para participarmos desse festival, passamos a ensaiar apenas essas 3 músicas exaustivamente, para não nos queimarmos perante a platéia e nossos amigos.
No dia do festival, podemos dizer que essas 3 músicas estavam bem ensaiadas, levando-se em conta nosso estágio musical.
Pela manhã desse dia, fomos “passar” o som, e acabamos tocando algumas músicas que nós tocávamos nos ensaios para nos divertir, sendo que uma delas era “Stairway To Heaven”, que estava bem ensaiada. Não é preciso dizer que acabamos “impressionando” as pessoas que ali estavam, inclusive o imbecil que iria cuidar da “mesa de som”, do qual era amigo de uma das bandas que iria tocar nesse festival, e que seria pivô de uma “pequena desavença” entre nós e a plateia caracterizando nossa primeira “briga” em aproximadamente dois meses de existência da banda!
Teríamos que escolher apenas uma das músicas inscritas para a apresentação; a nossa escolha foi pela música “Homem nas Trevas”. Essa música era a que estávamos mais bem ensaiados, era uma música lenta, e temíamos que nesse festival só houvesse MPB e coisas afins. Quando ocorreu a passagem do som, referido acima, assistimos à apresentação de todas as outras bandas que se apresentariam no festival. Pudemos observar que a nossa era uma das melhores, e talvez a mais bem ensaiada e uma das únicas que apresentariam música própria, pois as outras fariam covers de outras bandas, e de péssima execução. Achávamos que o Festival estaria no “papo”, e que embolsaríamos a grana da premiação: importante para o desenvolvimento “tecnológico” da banda! Ledo engano!
À tarde, em nossa hora, subíamos ao palco para tocar “Rock And Roll” (trocamos a música em cima da hora, pois achávamos que com essa música ganharíamos o festival). O retorno estava de boa qualidade, no início de nossa execução. De repente, começamos a receber vaias do público (pensávamos que era para nós!) e juntamente a isso, o retorno começou a oscilar, a ponto de não sabermos mais onde estávamos na música – acredito que nessa hora acabamos por atravessar toda a música – eu acionava todos os pedais que tinha, aumentava o volume deles e nada, não conseguia ouvir nem a mim, nem o contrabaixo e muito menos o vocal! Nesse ponto o Claudio passou a xingar o público, o que quase provocou um tumulto.
Após a nossa apresentação é que soubemos o que tinha acontecido: um amigo do Claudio que estava na platéia nos disse que as vaias eram porque o som das caixas estava sendo aumentado a abaixado a todo o momento, fazendo com que a música não pudesse ser ouvida por eles, que acabaram por vaiar com o objetivo de se estabilizar o som! E nós xingando a plateia!
O cara da mesa de som fez isso de propósito, devido à nossa possibilidade de ganhar o festival. Conclusão: fomos desclassificados!
Após essa amarga, mas muito boa experiência, nós fizemos algumas reflexões e passamos a perseguir uma melhoria nas condições gerais do conjunto, em termos de equipamentos e de qualidade musical individual. E após muitos rolos, trocas, vendas, compras e viagens a lugares dos mais estranhos possíveis, conseguimos adquirir alguns amplificadores muito bons para a guitarra e para o contrabaixo, feitos por um carinha que nós descobrimos pelo jornal. Além disso, fomos equipando a banda com compras avulsas, como por exemplo: compramos outro microfone de melhor qualidade, compramos outro prato para a bateria, um pedal para a guitarra etc.



CAPÍTULO 6
A MUDANÇA NO LOCAL DE ENSAIOS

Como minha irmã tinha uma garagem muito grande, e, sobre essa, um enorme espaço sem ocupação nenhuma, resolvemos partir para os ensaios nesse local, pois o aumento de espaço nos favorecia na mobilidade e no conforto. As coisas estavam para mudar mais ainda, e de forma mais drástica.

A mudança no local de ensaio
Esta foto mostra os primeiros ensaios que fizemos na casa de minha irmã, e que marcou o início das mudanças da banda. Essas mudanças se fizeram do forma bastante rápida a partir deste momento, e culminou com duas mudanças na formação da banda, num período nebuloso que nos deixou bastante apreensivos e tensos.

Durante o ensaio
Aqui vemos que o espaço para os ensaios era bem maior, porém, trazia alguns inconvenientes, tais como; maior tempo para montar os instrumentos que ficavam armazenados, ou empilhados, no canto da garagem. Antes de iniciarmos os ensaios tínhamos que montar tudo e ao final, desmontá-los para recolocar no canto da garagem.


CAPÍTULO 7
HISTÓRIAS DE ENSAIOS – A APRESENTAÇÃO PARA OS AMIGOS

Esta é outra das muitas histórias que ocorreram nos ensaios, embora nesta ocasião fôssemos apresentar o nosso trabalho a um grupo de amigos, não podemos deixar de considerar que este foi mais um ensaio da banda.
Esta apresentação foi feita na garagem da casa de minha irmã, e para tal, transportamos todos os equipamentos para lá.
Passamos toda a manhã montando esses equipamentos: era muito fio, muita ligação a fazer, muito cabo para testar e consertar, enfim, era uma trabalheira muito grande.
Como conhecíamos muito bem “os dotes” do Carlinhos – que nós carinhosamente o chamávamos de “desastre vivo”, pois vivia pisando nos cabos do contrabaixo, da guitarra e dos microfones, fazendo com que tivéssemos consertá-los constantemente, além de causar outra série de danos materiais à banda – preferimos por não “ocupá-lo” na montagem dos equipamentos, o que ficou ao encargo exclusivo de nós três: Eu, o Edu e o Claudio.
Terminamos com a montagem e passagem do som por volta das 16h00min da tarde, e como havíamos combinado com nossos amigos que a apresentação se daria por volta das 19:00 hs, teríamos pouco tempo para tomarmos um banho, nos trocarmos e pegarmos nossas namoradas até a chegada desse horário.
Por volta dessa hora – 16h00min – o Carlinhos chegou com sua namorada, e pedimos para que ficasse “tomando conta” dos equipamentos “sem mexer neles” até chegarmos para a apresentação, a qual teria até fumaça branca produzida pela queima de “pólvora de macumba” que tínhamos comprado numa loja especializada nesses materiais próxima à casa de minha irmã.
Ao voltarmos à casa de minha irmã, certos de que teríamos uma noite muito agradável, encontramos o Carlinhos com o contrabaixo nas mãos com uma cara que não nos agradou. Se aproximou de nós e nos disse: “não sei o que aconteceu, liguei os equipamentos para aquecê-los e para que eu pudesse tocar um pouco o baixo e nada funcionou!”

Nossos Roadie 
Aqui se deve fazer uma menção muito especial ao Fabio Molina ( irmão do Claudio ), que desde o início da banda sempre esteve ao nosso lado nos ajudando, apoiando, e muitas das fotos aqui foram tiradas por ele. Muito Obrigado Fabião, você foi muito importante para o registro de nossa história ! O Fabio é o da esquerda de costas, onde ele pintou o nome da banda, e a Kombi que inúmeras vezes levou nossos equipamentos aos lugares dos shows.

Evidentemente que um frio percorreu nossas espinhas, pois havíamos testado exaustivamente os aparelhos e eles estavam funcionando perfeitamente quando deixamos o local para tomarmos nosso banho. A seguinte pergunta circundou nossas mentes: o que foi que o Carlinhos aprontou desta vez?
Começamos a proceder com testes do equipamento para averiguar a veracidade da notícia dada pelo Carlinhos, com um agravante: já se passavam das 18h00min e teríamos pouco tempo para podermos colocar os equipamentos em ordem dependendo do que havia ocorrido com eles, sabendo-se de que tínhamos pouco equipamento para suprir a eventual ausência desses que já estavam ligados – além de que eram de potência insuficiente para podermos tocar com um mínimo de qualidade.
Após vários testes não conseguíamos descobrir o que havia de errado com a aparelhagem, apenas que ela não funcionava.
Eis que uma luz se acendeu em nossas mentes. Perguntamos ao Carlinhos: aonde você ligou os equipamentos? Havíamos deixado os equipamentos desligados, inclusive, das tomadas, para que não houvesse a possibilidade do Carlinhos tropeçar em alguma delas e causar um curto-circuito e danificar nossos equipamentos.
Foi ai que recebemos a informação de que temíamos: o Carlinhos ligou todo o equipamento (cabeçotes de amplificação da guitarra, do baixo e potência da mesa de som; mesa de som de 8 canais e meus pedais – todos utilizadores da potência de 120 V), nas tomadas de 220 V. Ou seja, todo o equipamento ligado literalmente “torrou”.
Com a chegada dos amigos, tivemos que improvisar com o resto do equipamento, e com o Carlinhos bem longe de onde estávamos montando essa aparelhagem, e fizemos a apresentação com uma qualidade sonora digna de uma eletrola dos “Flintstones”.
A partir daí, nossa preocupação era o conserto dos equipamentos, o que acabou nos levando uma boa grana.



CAPÍTULO 8
AS PRIMEIRAS MUDANÇAS – OS TEMPOS MUDARAM

Entramos numa fase nova, com um equipamento muito bom, quando começaram a surgir algumas divergências de direcionamento na banda e de mudança de objetivos de alguns membros.
Em virtude desses problemas, o Edu acabou se afastando da banda, para poder estudar mais bateria com um professor em Osasco.
O Edu nos conta como se sentiu nessa época: “Nessa época eu me senti totalmente desiludido, sendo que por um bom tempo eu não queria ouvir ‘Rock And Roll’, quando fui convidado para tocar em uma banda de tecno – que estava em moda na época – mas, lógico que não aceitei...”
Nesse período o Claudio assumiu a bateria, como quebra galho, além de se manter nos vocais. O clima dentro da banda jamais voltaria a ser o mesmo, com alguma coisa no ar de estranho.
Nesse espaço de tempo surgiu uma boa oportunidade para comprarmos uma bateria e o fizemos, além de adquirirmos outros equipamentos adicionais.

A Segunda Formação da Banda
Nesta fase da banda, em decorrência do estranho clima que se abateu sobre nós, temos poucas fotos. Nesta vemos o Claudio, que assumiu a bateria e o vocal, sentando numa bateria que acabávamos de comprar com a saída do Edu, para podermos dar continuidade aos ensaios. Como se pode observar, era uma bateria com um set melhor do que a anterior, tendo como peças um Bumbo Maior que a anterior, 4 Tons, um Surdo, uma Caixa de Repique, um Chimbau e um Prato de Condução de 22 polegadas Tipo Chuveiro, cum um timbre bastante vigoroso. Outro fato importante foi que os ensaios, temporariamente, voltaram a ser feitos na casa do Claudio, retornando, posteriormente, à garagem de minha irmã.

O clima estranho que se formou com o afastamento do Edu se intensificou, principalmente com a interferência de outras pessoas que estavam formando uma banda também.

A Grande Melhora dos Equipamentos
Talvez a coisa mais importante que nos ocorreu nesta fase foi o crescimento da qualidade de nossos equipamentos. Nesta foto observamos a bateria, como na foto anterior, e ao fundo os dois Cabeçotes ( um para a guitarra e outro para o baixo ), e suas respectivas caixas ( a caixa do baixo era do tamanho de uma geladeira e seu transporte era um sufoco ). Esses Amps tinham uma potência real de 250 W RMS, ou seja, tinham uma potência excepcional, tipo arrasa-quarteirão, e que poderiam ser usados, como o foram, em shows em grandes ambientes.

Após um domingo de ensaio normal, mas com clima ruim, na segunda feira, o Claudio acabou nos informando que ele estava saindo da banda e de forma irreversível a fim de buscar outros objetivos !
Quase um ano de convívio, de ideologias em comum, de momentos mágicos compartilhados e a “química” acabou falhando, e a banda se desfez.
Após essa tormenta que se abateu por sobre nós, após eu e o Carlinhos conversarmos sobre o futuro da banda, não houve nenhuma dúvida quanto ao que deveríamos fazer: trazer o Edu de volta e continuarmos com a banda.
O Edu voltou à bateria, muito melhor do que antes, exceto pela “potência” de suas batidas, que continuaram como o ressoar de um trovão, ou melhor, de vários trovões! Com sua volta, reiniciamos os ensaios com muito mais pique; estávamos aliviados pela solução da situação e pela recomposição de nós três!

A Terceira Formação da banda
Como vemos, a formação era a seguinte, indo da esquerda para a direita ( a qualidade não é das melhores, mas ... ); Walter ( guitarra e vocal ), Edu ( bateria ) e Carlinhos ( baixo ). Outro aspecto importante foi a bateria, que com o retorno do Edu ela cresceu muito em tamanho, pois, somamos a que já estava em nosso poder com a que o Edu tinha, resultando num set interessante e de maior poder de fogo; dois Bumbos, 1um Surdo, cinco Tons, uma caixa de repique, um Chimbau, um Prato de Condução de 22 polegadas Tipo Chuveiro e outro Prato de Ataque. Não é preciso dizer que a intensidade sonora da banda, por responsabilidade desse "set" aumentou muito.

O Edu nos conta como se deu a sua volta ao grupo: “Duas pessoas foram fundamentais para que eu retornasse à banda: a Maria, uma amiga minha, que através de sua amiga que era namorada do Cláudio descobriu tudo o que estava ocorrendo e me contou; e o Carlinhos que me procurou para conversarmos, me aproximando novamente do grupo”.
Eu ingressei no Grupo Ama e comecei a melhorar a minha técnica, e na ausência de um vocalista, passei a “quebrar o galho” nos vocais.

A Nova Bateria vista por detrás
Após termos negociado parte da antiga Bateria, acabamos por compor este set com alguns elementos da Gope, melhorando em muito a qualidade do conjunto.



CAPÍTULO 9
A SEGUNDA APRESENTAÇÃO ESPECIAL

No final de 1984 pintou uma apresentação na Câmara Municipal de Osasco, num show de fim de ano promovido pela escola de música na qual o Edu estudava. Iríamos tocar “Noites Paulistas”.
Após vários ensaios, estávamos prontos para a apresentação.
No dia marcado, um sábado, fomos ao local e, quando entramos, percebemos que a casa estava cheia, e nunca havíamos tocado para tanta gente junta. Começamos a ficar preocupados com isso e a conclusão a que chegamos era de que sóbrios não conseguiríamos tocar, e, quando fomos procurar alguma cerveja, fomos chamados para os camarins. SEM CERVEJA!

Apresentação na Câmara Municipal de Osasco
Vemos, da esquerda para a direita, Walter ( guitarra e vocal ) e Edu ( bateria ).

Chegando aos camarins, ligeiramente apavorados com nossa situação, acabamos fazendo amizade com um grupo de música folclórica que iria se apresentar antes de nós. Conversa vai, conversa vem, eles acabaram nos oferecendo alguma bebida que estava numa caixas de isopor. Delicadamente, sem sabermos do que se tratava, recusamos. Quando eles saíram do camarim para a sua apresentação, pulamos para cima das caixas de isopor para ver o que elas continham: pinga, batidas de todas as espécies e outros tipos de bebidas alcoólicas das quais não me lembro, principalmente depois do 20º gole.

Na Câmara Municpal de Osasco
Esta foi a segunda foto que temos dessa apresentação.

Quando chegou a nossa vez de nos apresentarmos, tivemos que ser auxiliados para subirmos ao palco através de uma escadinha de, acho, três andares. Eu não consegui afinar a minha guitarra, sendo que um dos auxiliares de palco me arrumou uma que já estava afinada. O Carlinhos teve que ser levado para o outro canto do palco, pois insistia em ficar “abraçado” a mim. O Edu já estava sentado no banquinho da bateria procurando as baquetas no chão, as quais estavam por sobre a caixa do repique à sua frente.
Com toda esta situação, podemos dizer que honramos a tradição do “Rock” e fizemos uma “performance” bastante profissional, sendo que fomos bastante aplaudidos pela platéia e elogiados pelos organizadores, além da promessa de participação no show do ano seguinte.
Um fato bastante curioso, durante a nossa apresentação, foi que, muitas vezes eu vi um prato de 22 polegadas ficar praticamente na vertical; conversando com o Edu algum tempo depois ele me explicou: “eu estava querendo rachar o prato e batia nele com toda a força possível ! Coisas de nosso doce baterista !
A nossa formação naquela tarde foi a seguinte:

- Edu - Bateria
- Carlinhos - Contrabaixo
- Walter - Guitarra e Vocal

Após essa apresentação nos sentimos as pessoas mais felizes do Universo, em contraste aos nossos ânimos quando entramos nos camarins, SEM A NOSSA CERVEJA!
Esta experiência foi extremamente gratificante, tivemos uma sensação que, só quem já a sentiu alguma vez na vida, pode avaliar em toda sua plenitude!
Evidentemente que, após esse acontecimento, a vontade de transformar a nossa banda em uma grande banda aumentou muito.
Eu saí do Grupo Ama, pois o ensino estava muito devagar, o que foi bastante decepcionante para mim pela fama que a escola levava! Fiquei aproximadamente uns 5 meses estudando sozinho, e depois disso procurei, junto com o Edu, o Instituto Musical Bertolini, o qual já haviam nos dado informações muito boas, inclusive de pessoas que já haviam lecionado lá e de outras pessoas que haviam estudado lá. Logo após a nossa primeira aula já dava para sentir que o curso seria excelente, e em menos de 3 meses a nossa evolução já era palpável!



CAPÍTULO 10
A TERCEIRA E GRANDE APRESENTAÇÃO

Em março de 1985 surgiu a oportunidade com que tanto sonhávamos; a chance de fazermos um show só nosso, livre de competições ou restrições. Foi numa promoção da “Paulistur” no Bairro da Cachoeirinha, que envolvia várias atividades de lazer, dentre elas shows de várias bandas. Nós iríamos tocar 5 cinco músicas, pois era o tempo que tínhamos nesse evento.
O show foi num Domingo de muita chuva, no qual amaldiçoamos aquele que inventou a chuva, pois temíamos que isso fosse motivo para que não houvesse o evento. Nada disso. O evento não foi abortado pela chuva, e nós tocamos.

A Foto Antes do Show da Paulistur
Esta é a única foto que temos desse evento, que foi realizado debaixo de muita chuva. Da esquerda para a direita; Edu ( bateria ), Walter ( guitarra e vocal ) e Carlinhos ( Baixo ).

Nessa apresentação havia, aproximadamente, umas cem pessoas, em que pese o pé d’água que se abateu sobre nossa cidade, que nos assistiram até o fim, de forma bastante vibrante e contagiante. Um show muito bom.
As músicas que tocamos nessa tarde foram as seguintes:

- Noites Paulistas
- Solidão
- Heavy Metal Rock
- Rock’n’Roll
- Agora Eu Vou Atras de Você

A nossa formação nesse dia foi a seguinte:

- Edu - Bateria
- Carlinhos - Contrabaixo
- Walter - Guitarra e Vocal

Na semana seguinte o Carlinhos começou a ter problemas particulares e resolveu sair da banda, restando apenas eu e o Edu. Teríamos novamente que procurar alguém para completar o “time” e reiniciarmos os ensaios e a própria banda.
Lá fomos nós...



CAPÍTULO 11
A QUARTA FORMAÇÃO

Por volta de junho de 1987, estávamos à procura de um baixista para a banda, quando o Edu trouxe um carinha de Osasco que estaria interessado em tocar conosco e, embora ele tocasse e gostasse de guitarra toparia tocar o contrabaixo: era o André.

O Novo Baixista da Banda
Aqui vemos o novo integrante, o André Curci, que após tocar conosco seguiu brilhante carreira na guitarra em várias bandas, e hoje toca na banda Threat, tendo já feito shows pela Europa e, inclusive, no Wacken.

André Curci
A Fábrica se sente orgulhosa pelo sucesso de André Curci. Parabéns André !

Por esse tempo eu continuaria “quebrando o galho” nos vocais, enquanto procurávamos um vocalista para compor o time, e a nossa formação passou a ser, por pouco tempo, a seguinte:

- André - Contrabaixo
- Edu - Bateria
- Walter - Guitarra e Vocal

Pouco tempo após isso ter acontecido, o Edu trouxe outro amigo seu de Osasco que estaria interessado em compor os vocais da banda, seu nome: Flavio.
No início, era o Flavio que fazia os vocais da banda, porém, todas as nossas músicas estavam feitas para o meu timbre vocal, que era totalmente diferente do timbre vocal do Flavio, ou seja, ele dificilmente conseguia atingir o tom da música. Perdemos muito tempo para ajustar apenas uma música ao seu timbre vocal, após o que resolvemos que eu continuaria nos vocais e o Flavio passaria a tocar Teclado – instrumento o qual ele sabia tocar muito bem, embora não tivesse muita noção de Rock – teríamos que ter paciência para ensiná-lo como adequar o instrumento ao Rock.
A partir desse momento, a nossa banda era :

- André - Contrabaixo
- Edu - Bateria
- Flavio - Teclado
- Walter - Guitarra e Vocal

Esta fase foi bastante interessante, com a adição do teclado, que passaria a dar um “tempero” bastante interessante e diferente ao som da banda.
Foi durante este período que criamos uma das músicas instrumentais mais bonitas que tínhamos, onde o teclado tinha a função de instrumento, não só de base, mas também como instrumento de solo alternando essa função com a guitarra, chegando a fazer duo com ela.



CAPÍTULO 12
A QUARTA APRESENTAÇÃO ESPECIAL

No final de 1988, fomos convidados a realizar um show solo num ginásio. Esta apresentação foi marcada pelas surpresas; falaram-nos apenas que iríamos fazer uma apresentação "solo" num ginásio, mas não sabíamos a que ginásio se referia, e muito menos, qual seria a platéia que iria comparecer ao nosso show.
Pois bem, o ginásio era de uma Igreja Católica - Igreja Santa Gema de Galgani!
Logo nós, uma banda de Rock, iríamos tocar no teatro de uma Igreja e logo após a missa, para os fiéis apreciarem.

A Quarta e Interessante Apresentação
Aqui vemos todos os integrantes da banda que participaram desse show; da esquerda para a direita vemos: Walter ( guitarra e vocal ), Flavinho ( teclados ), André ( Baixo ) e Edu ( bateria ). Na frente do palco nosso Sistema de PA que era extremamente funcional, tendo como base um Amplificador Quasar Quadrafônico com 250 Watts RMS de potência.

O ginásio era grande, e o palco, em que pese ele ter uma grade na sua frente, era também grande e bom para nos acomodarmos, por sorte estávamos com equipamento suficiente para podermos fazer nossa apresentação com qualidade razoável, somente com nosso equipamento.
Fomos pela manhã montar o equipamento, que era bastante volumoso. As caixas da guitarra e do contrabaixo, além das caixas do som dos microfones eram enormes e pesadas. Só havia nós para a montagem dessa parafernália toda – normalmente uma banda profissional tem a sua “road crew”, mas nós éramos apenas mais uma banda de fundo de quintal, e todo o trabalho braçal era nosso: nós carregávamos o piano que iríamos tocar mais tarde!

Walter ( guitarra e vocal )

A montagem foi conseguida com muito esforço, dando uma boa qualidade sonora à nossa apresentação. Importante, nesta apresentação era que, pela primeira e última vez, contávamos com uma pessoa “pilotando” a mesa de som conforme nossos desejos: era um amigo do Flavio, o qual foi convidado para continuar com esta atividade, porém nunca mais o vimos.
O horário marcado era por volta das 19h00min, após a missa da tarde.
Terminada a missa, o ginásio começou a ficar cheio. Depois, lotado. Um pouco mais depois, completamente lotado. DE FIÉIS RELIGIOSOS QUE FORAM ASSISTIR A UM SHOW DE MÚSICA! E NÃO A UM SHOW DE ROCK!!!!!!!!!!!!!!
Após termos tocado a primeira música, e alguns aplausos, notamos que houve uma redução de, mais ou menos, 25% do volume da platéia. Na metade da segunda, a platéia reduziu mais uns 25%, e ao final desta música, a platéia estava reduzida a uns 30% do total inicial. E ao terminarmos a terceira música só restaram: os músicos (nós), nossas namoradas e o “piloto” da mesa de som! Que satisfação! Que alegria!
Um olhou para o outro e a conclusão a que chegamos foi: em nosso respeito e em respeito aos nossos “espectadores” fomos com o show até o fim.
Emocionante.


Voltamos a desmontar todo o equipamento, colocá-lo na Kombi e nos outros carros e fomos embora. Cada um para sua casa. Putos da vida!
Mas acabamos entendendo que isso fazia parte do show business, e valeu a experiência, afinal de contas tivemos que nos virar para montarmos o som com os equipamentos que possuíamos, e podemos dizer que o resultado foi bastante significativo, pois os equipamentos se mostraram bastante competentes e bancaram o show até o fim com razoável qualidade. Para quem nunca tinha feito tal coisa, a experiência foi de muita valia e nos saímos muito bem.



CAPÍTULO 13
A VOLTA DA TERCEIRA FORMAÇÃO

No início de 1989, quando estávamos nos entrosando mais, e procurando lugares para novas apresentações, eis que nos vemos novamente, de frente a uma nova reformulação dos elementos da banda. Acabamos nos desfalcando, tanto do Andre como do Flavio.
A saída do Andre se deu por conta de um convite para ele tocar guitarra com uma banda de Trash Metal, sendo que, conforme comentamos no início deste capítulo, a guitarra era a grande paixão do Andre, que mesmo tocando contrabaixo conosco nunca deixou de estudar esse instrumento. Importante deixarmos registrado aqui, que o André foi o único membro de nossa banda que se profissionalizou como músico, até o presente momento, chegando a tocar com vários cantores brasileiros e com o primeiro vocalista da banda Iron Maiden – Paul Di’Anno – chegando a fazer algumas jam sessions com ele, pelo Brasil.
Pouco tempo depois era a vez do Flavio deixar a banda para se dedicar a sua carreira profissional: a computação.
Estávamos, novamente, com o time incompleto.
Teríamos que voltar à procura de elementos que pudessem recompor a formação da banda.
Com a saída do André e do Flavio, voltamos a procurar o Carlinhos para que retornasse à banda, por ser uma pessoa que tem a mesma filosofia que nós, além de ter sido, sempre, um companheiro em quem podíamos confiar.

Um local diferente de ensaio
Aqui um dos poucos ensaios que fizemos numa área nos fundos da casa do Carlinhos

E assim feito, voltamos com a nossa terceira formação, e reiniciamos os ensaios.
Esses acontecimentos – as constantes mudanças na formação da banda – nos causava uma enorme preocupação, pois tínhamos dificuldade em manter uma hegemonia por muito tempo, causando dificuldades na montagem de um repertório para que pudéssemos realizar apresentações, que são muito importantes para qualquer banda!



CAPÍTULO 14
O NOVO NOME DA BANDA

Quando reiniciamos os ensaios, acabamos descobrindo, ao acaso, da existência de uma banda paranaense que se chamava nada mais nada menos que “Pulsar”.
Como essa banda já tinha até disco gravado, e nós não tínhamos o registro da marca da banda tivemos que ir a busca de um novo nome para a nossa.
Então lembramos de que o Erasmo Carlos tivera uma banda com o nome de “Companhia Paulista de Rock”, e como éramos apaixonados pela nossa cidade, achamos a estrutura do nome bastante interessante, lembrando o nome de uma empresa. Daí veio a idéia de chamarmos a nossa banda de “Fábrica Paulista de Rock”, ou seja: somos uma banda paulista que fabrica Rock. Bastante interessante, não acham?

O Novo Nome Nome e a Nova Logomarca da Banda

Nessa época eu trabalhava na Nestlé, e tinha muita amizade com o Jared Fischer, um excepcional profissional das artes gráficas e grande desenhista, do qual eu pedi para que fizesse um logo para nossa banda com o objetivo de procedermos a seu registro, para que não perdêssemos o nome novamente. Lembre-se de que isto acontecia pela Segunda vez em nossa história. A Segunda pessoa a qual eu tinha muita amizade na Nestlé era o Ricardo Rezende, o advogado responsável pela manutenção das marcas e patentes da Nestlé, e ele ficou encarregado de proceder a nosso registro junto à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro para garantirmos a nossa marca.
E isso foi feito com sucesso.

Primeira Evolução da Logomarca

Segunda Evolução da Logomarca

Terceira Evolução e Atual Logomarca



CAPÍTULO 15
A QUINTA APRESENTAÇÃO ESPECIAL

No final do ano de 1990, fomos realizar um novo show.
A apresentação se deu no Festival de Fim de Ano em Alphaville promovido por um dos condomínios que lá existem, do qual um dos organizadores era o Ricardo Rezende da Nestlé – que foi quem nos convidou para participarmos dessa festa.
O show estaria marcado para um Sábado, e iríamos abrir o show de outra banda, da qual não me lembro do nome, ou não quero lembrar!
Nessa data pela manhã, fomos até o local levar os instrumentos – o equipamento de som seria fornecido por esta banda, da qual soubemos depois que era uma banda profissional – que consistia na guitarra, o contrabaixo e os dois teclados, dos quais, os últimos, eu estava tocando em algumas músicas e na introdução do show.

Show em Alphaville
Em que pese a péssima qualidade da foto, da esquerda para a direita; Walter ( guitarra, teclado e vocal ), Edu ( bateria ) e Carlinhos ( baixo ).

Interessante que, durante o trajeto de ida ao local, quando passávamos pela Castelo Branco, eu estava levando o suporte dos teclados, feito de madeira por mim, num bagageiro colocado acima de minha Brasília, quando um forte vento transformou nosso suporte num “ultra-leve” e o jogou para o meio da pista dessa rodovia. Paramos no acostamento e o Carlinhos saiu correndo atrás do referido objeto, pois sem ele não conseguiria tocar os teclados. Não é preciso dizer que nosso baixista quase foi atropelado por um caminhão nessa sua tentativa de resgatar o suporte. Após novamente amarrado no bagageiro, voltamos nosso caminho para Alphaville.
Curioso dizer que só foi possível fazer a “passagem do som” – momento em que, antes do show, a banda toca suas músicas e ajusta os volumes dos instrumentos e das caixas de retorno, que são colocadas no palco e possibilitam aos músicos ouvirem o que estão tocando (não é preciso dizer que, sem elas, tocar em conjunto com outros instrumentos se torna uma tarefa impossível) – alguns instantes antes de nossa apresentação.
Ao fazermos a passagem do som, eu e o Carlinhos não conseguíamos nos ouvir, pois os volumes das caixas de retorno estavam muito baixos. Minha guitarra estava com um encordoamento novo, o que me obrigava a afiná-la constantemente até certo momento, no qual eu não conseguia mais ouvi-la e, consequentemente, a afinação saia uma verdadeira aberração musical. Assim, um dos auxiliares de som dessa banda foi “afinar” a minha guitarra, sendo que sei todo o meu esforço para dizer a esse inconveniente indivíduo que o problema não era meu ouvido, mas sim a caixa de retorno que não me permitia ouvir. Quase entramos numa discussão que poria fim em nossa apresentação antes dela começar.
Pois bem, “aproximadamente afinada” a minha guitarra e “totalmente desafinado” o contrabaixo, demos início ao nosso show.
Eu não conseguia ouvir nem a minha voz, pois estava muito próximo da bateria, imagine se eu conseguia ouvir minha guitarra ou o contrabaixo. Após sucessivas paradas em nossas músicas, para pedir mais volume nos retornos, acabamos por “encurtar” nossa apresentação, pois ela estava por demais abaixo da crítica devido a este pequeno problema: supomos que quando eu estava iniciando a Segunda parte da música, o Carlinhos estava ainda no meio da primeira parte e o Edu estava terminando a mesma música. Por sorte não houve gravação deste nosso show, devido a termos dado uma fita com o fecho de segurança contra gravação acidental quebrado e o piloto da mesa dizer que não seria possível, por causa disto, gravar a fita para nós: quase quebramos a cara do sujeito pela resposta idiota que nos havia dado. Nos disse que a gravação só seria possível se déssemos a ele uma fita virgem! Idiota!
Não é preciso dizer que a história de nossa primeira apresentação se repetiu: fomos sacaneados por um idiota na mesa de som, que desta vez, nos deixou sem retorno comprometendo toda a nossa performance!
Após este show ficou provado que, nestas ocasiões, deveríamos levar sempre alguém para pilotar os controles da mesa de som para nós, com a finalidade de não sermos mais sacaneados dessa forma.



CAPÍTULO 16
A IDADE DAS TREVAS DA BANDA

A partir do ano de 1995 a banda ficou inativa por aproximadamente 5 anos, sendo que, durante este período, resolvemos misturar três ingredientes (negócios, interesses pessoais e amizade) que resultaram numa mistura explosiva, cuja detonação assemelhou-se à de Hiroshima e Nagasaki, e o desfecho, dentre mortos e feridos, todos saíram perdendo, uns mais que outros, mas todos perderam.
O resultado foi a parada da banda por esse período, fazendo com que eu pensasse que nunca mais iríamos tocar. Parei de estudar, parei de tocar, a guitarra ficou, junto com os outros instrumentos, armazenada no estúdio, por entre baratas e cupins, e um monte de outros materiais dos mais variados tipos e tamanhos.
Mas...



CAPÍTULO 17
A VOLTA DA BANDA E A NOVA FORMAÇÃO

Após esse período, em meados de 1999 – vésperas de século novo e de vida nova – eis que acabamos por nos encontrar novamente, lambendo nossas feridas, nos dando as mãos, e, em que pese, o receio da volta e de nos confrontarmos novamente – esses cinco anos de inatividade e de poucos contatos vieram junto a receios, inseguranças, dos quais só o tempo pode apagar – contudo, parece que sentimos que seriam novos tempos e poderíamos retomar o sonho “da nossa banda”.

Walter ( guitarra )

A banda volta, e com sua Terceira formação, da qual, por motivos filosóficos, entendemos que é a que mais se harmoniza com os pensamentos de todos.
Essa formação era a seguinte:

- Edu - Bateria
- Carlinhos - Contrabaixo
- Walter - Guitarra e Vocal

Voltamos aos ensaios, e, em que pese, perdemos alguns equipamentos importantes – a falta de uso desses equipamentos os deteriorou, impossibilitando sua utilização – o restante dava conta do recado satisfatoriamente – nada a ver com os primórdios da banda.
Pouco após a retomada dos ensaios, o Leandro entra na banda, e, quase concomitantemente, o Carlinhos, por motivos não esclarecidos, sai novamente.

Edu ( bateria )

A banda apresenta uma nova formação, temporária, haja visto que nos faltava um contrabaixista para completá-la. Chegamos a pensar na minha ida para o contrabaixo, porém, após termos experimentado uma formação com duas guitarras – cujo som agradou a todos nós – não aceitamos tal idéia: seria melhor encontrarmos um baixista.
Com essa necessidade o Leandro trouxe o Marcelo, que apesar de estar estudando guitarra, topou a parada apresentando uma evolução no instrumento muito boa, agradando em cheio a todos nós.
A banda acaba apresentando uma qualidade sonora a qual jamais sonhamos: com a garra e a juventude desses dois novos membros, a banda inicia um novo e entusiasmante marco em sua história.
A formação:

- Edu - Bateria
- Leandro - Guitarra e Vocal
- Marcelo - Contrabaixo
- Walter - Guitarra e Vocal

A Nova Formação
Ai já no estúdio que montamos no Quartinho de Empregada nos fundos de minha casa, a formação dessa fase, da esquerda para a direita: Marcelo ( baixo e backing ), edu ( Bateria ), Walter ( guitarra e backing ) e Leandro ( guitarra e vocal ).

Com o início dos ensaios era visível a qualidade, tanto quanto era visível a necessidade de encontrarmos alguém para compor os vocais da banda: é muito difícil, para nós, tocarmos e cantarmos, além de que temos vozes muito comuns que pouco nos diferenciaria e dificilmente constituiríamos uma identificação sonora própria.
Nesse período, o Edu acabou por se desfazendo de sua velha bateria, a qual ele vendeu, e com o dinheiro “levantado” acabou comprando uma bateria da marca Mapex – uma das melhores baterias do mercado – o que acabou por aumentar ainda mais a qualidade de seu “toque” ETERNAMENTE RUIDOSO!

Edu na bateria

Eu, de minha parte, acabei adquirindo uma guitarra Ibanez GRX 20 que acabou agregando qualidade sonora à nossa banda, haja visto que a minha velha Golden já estava com o braço empenado e os captadores todos estourados fazendo com que ela soasse como uma delicada rinoceronte fêmea dando à luz a seus filhotes em parto de gêmeos! O Leandro comprou uma guitarra Ibanez com microafinação de excelente qualidade, aumentando ainda mais as possibilidades sonoras, pois poderia usar a alavanca do trêmolo sem perder a afinação do instrumento.



CAPÍTULO 18
A BANDA MUDA DE NOME NOVAMENTE

O ano de 2000 foi muito difícil para todos nós aqui no Brasil, tanto politicamente como economicamente. O governo federal mantendo um esquema rigoroso de baixa economia, desemprego, falta de dinheiro, aumento da criminalidade e maiores desníveis sociais. Tudo isto acabou refletindo em todos nós, sendo que eu fui especialmente prejudicado pelo fato de ter “quebrado a cara” no negócio que eu tinha e que me dava sustentação financeira. Em outubro fiquei apenas com minhas cuecas, tendo que alimentar mais três pessoas e pagar as contas de casa. Graças a ajuda de um verdadeiro irmão – Edu – e de Deus consegui passar por esta fase que, sem dúvida nenhuma, foi a pior de toda a minha vida.
O início de 2001 se mostrava para mim, com meus empregos novos que garantiriam a “bóia” e o dinheiro para pagar as contas, um novo ano que significaria uma nova vida, um recomeço. Aceitando a idéia do Leandro de darmos um novo nome à banda mais curto, de mais fácil memorização, é que acabei por me envolver em pesquisas para termos tal nome.
Como sou fanático pela cultura egípcia, logicamente ali foi a minha primeira fonte de pesquisa, e dentre tantos, achei o nome de “THOT” – Deus Egípcio da cultura e da ciência. O nome era bastante pequeno e seu significado bastante interessante – e nós sempre achamos que em tudo que fazemos devemos levar um pouco de cultura, de informação, daí a preocupação em acharmos um nome com algum significado.
Uma vez “descoberto” o nome bastava a criação de sua logo, o que não demorou muito.

A logo oficial da banda com o novo nome

Thot acabou por significar, para todos nós, um sinal de uma nova vida, um novo momento que nos faria olhar mais para frente e levar a banda onde nós queríamos que ela chegasse.



CAPÍTULO 19
O FINAL DESTA NOVA FORMAÇÃO

Desde o início do segundo semestre de 2001 as coisas começaram a ficar difíceis para a banda: os ensaios começaram a ficar raros, e quando aconteciam quase nenhuma coisa boa rolava, as músicas não saíam mais. Parecia que a química não estava mais funcionando e não encontrávamos saída para ajeitar as coisas para que os trabalhos rendessem. Não conseguimos ensaiar mais nenhuma música nova, e mal tocávamos as velhas. Problemas de trabalho fizeram com que o Marcelo faltasse sistematicamente aos ensaios, dificultando muito nosso desenvolvimento.
O Leandro começava a ter idéias novas sobre música, as quais não faziam parte de nossos objetivos: músicas em inglês. Achávamos que isto iria dificultar ainda mais os nossos trabalhos, pois teríamos que, praticamente, refazer todas as letras das músicas, o que faria com que perdêssemos muito tempo, coisa que nos apavorava. Para nos distanciar ainda um pouco mais o Leandro saiu do Scalla para estudar no IGT, fazendo com que quase não nos encontrássemos mais fora dos ensaios, somado ao fato de que o Leandro estava partindo para o lado profissional da música, e como nós não tínhamos essa vontade, não iria dar certo.
Em meados de outubro o Edu chegou a conclusão de que deveríamos partir para um novo rumo, e procurarmos novos integrantes para a banda, os quais tivessem os mesmos pensamentos que nós – fato que eu concordei plenamente, pois, em que pese o Leandro e o Marcelo serem ótimos músicos e pessoas, tinham conceitos musicais muito diferente dos nossos, tinham objetivos muito diferentes, o que fazia com que tivéssemos dificuldades enormes em manter a coesão do grupo rumo aos mesmos objetivos.
Ficamos, então, aguardando o final do ano para que, no início do seguinte voltássemos à carga para remontar a banda. Tentamos, meio que subliminarmente, seduzir ao Carlinhos para que voltasse à banda, sem qualquer sucesso. Pensamos, meio vagamente, em vender alguns equipamentos para melhorarmos a qualidade do som nos ensaios e diminuir o espaço ocupado por esses instrumentos e suas caixas de som enormes, mas pouco disto foi desenvolvido por nós.
Como veremos adiante, não foi necessário esperar pelo ano novo para que as coisas fossem se encaixando. Divinamente se encaixando, diga-se de passagem !



CAPÍTULO 20
A GRAVAÇÃO NO PROGRAMA DO CANAL 98 DA TVA

Na tarde do dia 5 de dezembro de 2001 recebi um telefonema em meu celular, de um rapaz de nome Tiago que se apresentou como membro de uma produtora de eventos – Produtora M – e que ele estaria querendo falar com algum representante da “Fábrica Paulista de Rock” ! Me identifiquei como membro da banda, sendo me relatado o seguinte: “somos da Produtora M, que detém os direitos da realização de um programa semanal no canal 89 da TVA, que faz a apresentação de bandas independentes e iniciantes. Estamos selecionando o cast para esta apresentação e sua banda nos foi indicada para compor o quadro desse programa ( ! ) Em seguida nos foi relatado todos os detalhes, porém, não consegui mais ouvir nada – eu estava em avançado estado de catatonia. Continuando o relato do Tiago: existe, porém, uma necessidade que deve ser cumprida para que possamos confirmar sua presença em tal evento: você precisa nos trazer uma demo em CD da banda com a música que vocês apresentariam para que pudéssemos analisar a qualidade de seu trabalho e da demo, pois o programa será gravado em play-back. Tínhamos dois problemas graves: nós não tínhamos uma demo, e muito menos uma banda – eu e o Edu estávamos realizando alguns ensaios enquanto aguardávamos o início do ano novo para a busca de novos integrantes da banda ( para variar um pouco a história se repete ! ). Precisávamos “descolar”, do dia para a noite, um baixista e um vocalista e uma demo em CD. A quem iríamos recorrer ? A resposta: ao mestre Tite. Conversamos com o mestre que nos deu a seguinte resposta: não há problemas, vou chamar a Gisele que é uma baixista que já tocou comigo, eu canto e nós dois fazemos as duas guitarras – sem problemas ! e “descolamos” um horário no Estúdio Stacattus para podermos realizar a gravação.
Marcamos o ensaio para o sábado à noite do dia 8 de dezembro de 2001 em nosso estúdio, enquanto o Tite tentava arranjar horário no estúdio para a gravação da demo para o domingo.
Na data marcada para o ensaio compareceram o Tite a Gisele e o Ivan – namorado da Gisele e baterista.
No decorrer do ensaio o Ivan acabou indo para os vocais ( o que acabou lhe causando um grande trauma que o seguiu durante os dias que se seguiriam e que iria amenizar no dia da gravação do programa ), ficando para o Tite a composição do backing vocal.
A evolução do ensaio foi muito boa, e conseguimos, ao final deste, ensaiar de forma bastante satisfatória a música escolhida para a apresentação: Noites Paulistas.
No dia seguinte a triste contestação: não conseguiríamos gravar a demo naquele dia, ficando marcado para terça feira próxima a data da realização da gravação, data limite, pois teríamos que entregar o demo até Quarta feira.
Na terça feira a gravação não pode ser feita por falta de horário do estúdio, sendo que o único horário que conseguimos para a realização de tal gravação foi para Quinta feira dia 13 de dezembro de 2001 às 20:00 horas, cabendo a mim “convencer” o pessoal da produtora a aceitar a demo na Sexta feira, a menos de dois dias do evento ! Consegui, restando aguardar essa Quinta feira para podermos gravar. Quinta feira macabra !
Na quinta feira, por volta das 16:30 horas fomos surpreendidos por um telefonema do estúdio nos dizendo que a gravação não poderia ser feita devido ao fato de que o computador  - absolutamente imprescindível para a gravação em CD da demo – havia “pifado”. Outro grande corre-corre para encontrarmos algum estúdio para a gravação da demo, sem sucesso, pois teríamos que entregar a tal demo na 6ª feira impreterivelmente. Voltamos a entrar em contato com o Stacattus para ver se poderíamos, ao menos, fazer a gravação em fita K7, para não perdermos o tempo de inscrição, e depois veríamos o que se poderia fazer! Recebemos a confirmação de que poderíamos fazer a gravação “ao vivo”, ou seja, iríamos microfonar todos os “amps”, bateria e vocais e mandar ver na gravação em fita K7.
Nessa quinta feira, às 19:10 hs, eu e o Edu já estávamos à porta do estúdio, ansiosamente aguardando a hora marcada para o ensaio – 20:00 hs.
Com a chegada do César – dono do estúdio – entramos para nos ambientar com o local. Notamos que, conforme o César ia arrumando os equipamentos e cabos na sala de gravação havia uma bateria inteira, só que sem os pratos: achamos que eles iam ser os últimos a serem colocados ! Marinheiros de primeira viagem !
O Tite chegou aproximadamente 20 minutos atrasado, e os pratos não haviam, ainda, sido colocados, quando o César nos perguntou se haveria bateria ao que respondemos que sim. A esta pergunta e a resposta afirmativa o Tite nos perguntou se havíamos trazido os pratos ( esta doeu ). Claro que não ! Não sabíamos que teríamos que trazer os malditos pratos, o que nos deixou absolutamente atônitos, mas nestes momentos, às vezes, somos amparados por “certos anjos da guarda de plantão” – lembramos do Roberto – professor do Edu; ligamos para o Escala e o nosso querido mestre lá estava e nos emprestou os benditos pratos.
Chega de contratempos: começamos o tão esperado ensaio. Finalmente.
Durante a semana havíamos conversado sobre a possibilidade de gravarmos não apenas uma, mas sim duas músicas, aproveitando o espaço de duas horas no estúdio. Nessa noite levei a letra da música “Cidade Grande” e a apresentei ao pessoal, e passamos a executá-la.
Conclusão: esta música, a que menos tocamos, ficou melhor que a primeira, e gravamos as duas.
No dia seguinte à tarde levei a fita à produtora e conseguimos o que mais queríamos: estávamos confirmados na gravação do programa. Festa ! Só que com um pequeno problema: teríamos que levar um CD para a apresentação, não haveria possibilidade de se realizar tal evento com a fita K7. Isto em plena Sexta feira à noite ( saí da produtora por volta das 19:20 horas ).

Spectrum Studio : Cesar o Técnico de Som daquele dia

Já no meio do caminho liguei para os demais integrantes, pois estavam terrivelmente aflitos e angustiados aguardando notícias minhas ( O Edu me ligou umas 4 vezes durante o período que eu estava na produtora, e estava sem seu celular, o que o deixava ainda mais angustiado, pois quando eu tivesse algum resultado não iria adiantar que eu lhe ligasse ). Com o Tite fiz o relato de que tínhamos que gravar o CD, no que ele se encarregou de ligar para o Stacattus para conseguir o horário.
Para sermos mais breves; o Stacattus estava fora de cogitação, pois o computador ainda não tinha sido consertado, e quando isso ocorresse haveriam duas bandas que tinham prioridade para a gravação. A conclusão a que chegamos é de que teríamos que procurar outro estúdio. Na procura que fiz na revista Guitar Player, descobri um estúdio, de nome Spectrum, que ficava na Rua Dom Pedro II no Ipiranga, no qual haveria a possibilidade de gravarmos o CD no domingo de manhã ( horário possível para todos ). Fui muito bem atendido pelo telefone e fui informado de como funcionava a coisa; marcamos a gravação para domingo dia 15 de dezembro de 2001 às 10:00 horas da manhã.
Nessa data e nesse horário nos encontramos no estúdio: conseguimos gravar nossas duas músicas, sendo que é necessário que se faça justiça ao trabalho do César, que comandou a mesa de som durante as gravações, e que finalizou o CD pilotando o computador e melhorando a qualidade sonora de nossas músicas de forma absolutamente fantástica ( Obrigado César. Valeu ! ). Saímos do estúdio por volta das 13:00 horas da tarde, e tínhamos apenas 1 hora para irmos até o Tatuapé – local das gravações – e nos apresentarmos à produtora.
Chegamos ao Democrata Bar – local das gravações do programa – por volta das 13:50 horas, com uma fome fabulosa: levantamos cedo, mal tomamos café da manhã, estávamos ansiosos e apreensivos pelos momentos aos quais estávamos passando, tudo isso junto só pode dar o desgaste físico e emocional que se abateu sobre nós que resultou na fome colossal demonstrada.
Ficou a discussão: aonde iríamos comer ? Como já estávamos num bar, resolvemos comer ali mesmo ( raciocínio lógico, mas como nem sempre dá a lógica ... ).
Ao sentarmos à mesa a primeira coisa que o Tite fêz – ele era o mais angustiado, pois vira num cardápio na porta do bar que lá havia polenta frita com queijo ralado, coisa que, segundo ele, era apaixonado – foi chamar o garçom. Ai veio a notícia mais estonteante, engraçada e absurda: estamos abrindo a nossa cozinha agora, e estamos preparando para montarmos uma mesa de frios, o que deverá levar uns 15 minutos para que esteja montada; no momento só tenho chope. Nossos estômagos se reviraram feitos pipoca. Enfim, decidimos aguardar esses 15 minutos.
Passados, aproximadamente, 30 minutos, o pessoal começou a entrar em pânico, e resolveram sair para comer um cachorro quente. No bar ficamos apenas eu e o Tite. Nossa ansiedade, em que pese a fome, era maior.
Nossa apresentação se deu por volta das 18:00 horas. Antes disso fomos chamados para a “maquilagem”, que consistiu em um “pó de arroz” no rosto para que não ficássemos “brilhantes” diante da câmera. Quando fomos chamados para detrás do palco, nossa ansiedade se tornou maior ainda – restavam apenas alguns míseros minutos para que víssemos nosso trabalho render seu tão esperado fruto – que ansiedade misturada com uma felicidade indescritível ! Sentia vontade de abraçar a todos e juntos, desta forma, subirmos  ao palco e fazermos uma grande festa de confraternização.
Acho que nossa “performance” foi boa, e nossa música suscitou elogios dos organizadores e da platéia.
Finalmente chegamos ao fim deste trabalho, que teve início em 05 de dezembro, e que nos custou muito trabalho, muita dedicação e muita paciência – sem levar em consideração a fome !
Fim de um trabalho, início de uma nova era, com novos planos, com um grupo maravilhoso e coeso, onde todos pensam nas mesmas coisas, têm os mesmos objetivos, têm os mesmos desejos, e, principalmente, todos têm o mesmo pique e vontade. Nada poderá nos segurar daqui em diante.
Este acontecimento, que serviu para remontar a banda, deverá ser considerado como algo mágico: o convite saiu do nada, sem que esperássemos; nos obrigou, de uma hora para outra, a procurar integrantes que pudessem compor a banda e gravar uma música; procurar um estúdio para gravá-la; procurar outro estúdio, em cima do prazo, pois aquele escolhido teve problemas; e gravar a música no domingo, instantes antes da apresentação. Todos esses fatos ocorreram num prazo de tempo exíguo, quase que impossibilitando sua realização, e apesar de tudo isto, conseguimos gravar o programa: há algo de celestial ou universal conspirando a favor dessa reunião de simples rockeiros, em busca da divulgação de seus trabalhos e de seus protestos, e de muita diversão.
Longa Vida ao Rock And Roll !
Longa Vida a Fábrica Paulista de Rock !



CAPÍTULO 21
A NOVA FORMAÇÃO E A VOLTA AO ANTIGO NOME

Como fomos convidados a participar das gravações desse programa relatado anteriormente, o Edu achou melhor que mantivéssemos o nome “Fábrica Paulista de Rock”. Então, abandonamos o nome “Thot” para mantermos o antigo nome, já que ele nos dera sorte.
Após isso tudo, o Ivan não poderia nos acompanhar, pois, além de não ser vocalista – é baterista – está desenvolvendo um projeto junto a outra banda. Uma pena, pois nos demos muito bem, e aproveitamos para agradecê-lo pela força nos vocais – achamos que seu desempenho foi excepcional – e ele foi, sem dúvida nenhuma, um dos responsáveis por tudo ter dado certo, sempre com muita paciência e força de vontade. Ao Ivan nosso eterno agradecimento: Valeu Ivan, a Fábrica te deseja muitas felicidades em sua jornada e muito obrigado pela força, Valeu !
A partir de então, decidimos que o restante continuaria a sua jornada na Fábrica. A formação ficou, então, a seguinte:

- Edu - Bateria
- Gisele - Baixo
- Tite - Guitarra e backing vocal
- Walter - Guitarra

Como podemos perceber, saímos a busca de um(a) vocalista para terminar de compor a banda.
Daqui para a frente, voltamos a eterna busca desse elemento tão misterioso e difícil para nós.
Porém logo em seguida, sem sequer fazermos um ensaio sequer, a Gisele, por problemas pessoais, decide não continuar. Agora a coisa estava pior; faltava o vocal e o baixo também na banda.



CAPÍTULO 22
O SHOW NO PROGRAMA MOMENTO ROCK

Na data de 6 de fevereiro de 2002 fomos convidados a participar numa apresentação para um programa que seria mostrado em um Canal Independente na TVA, na qual seríamos uma das bandas participantes. O evento se deu no Cocktail Bar em Guarulhos.

O início da apresentação
Da esquerda para a direita: Tite ( guitarra e backing ), Edu ( bateria ), Ricardo ( baixo e vocal ) e Walter ( guitarra )

O show foi gravado no Cocktail Bar em Guarulhos, e teve a presença de outras bandas, como abaixo mostro:

- Abrigo Nuclear
- Banda Voltz
- Banda Curta Metragem
- Atitude Temporal
- Beco
- O Enquadrão
- No Label
- Noise Pop
- Alternativa do Som

Momento Rock
Tite ( guitarra e backing )

Esse show, de certa forma, nos qualificou para a apresentação do Festival que seria realizado em julho desse mesmo ano, pois o produtor de ambos era o mesmo.

Momento Rock
Edu ( bateria ) e Ricardo ( baixo e vocal )

Nessa apresentação a nossa formação foi:

- Ricardo – baixo e vocal
- Tite – guitarra e backing
- Edu – bateria
- Walter – guitarra
Momento Rock
Walter ( guitarra )

As músicas apresentadas foram as seguintes ( o limite era de duas músicas por banda ):

- Cidade Grande
- Noites Paulistas



CAPÍTULO 23
O SHOW NO FEST MARTINS ROCK

O ano estava correndo bem, quando fomos convidados a participar do Fest Martins Rock, um festival feito para bandas independentes, com premiações ao final. Esse evento se daria na Casa de Nassau ( um clube ) em Pirituba, e contaria com a presença de várias outras bandas.

Tite no Spectrum Studio onde fomos ensaiar as músicas para o Festival

Para compor a banda, já que não havíamos habilitado, de forma permanente, nenhuma baixista, recorremos ao Professor de Baixo do Scala o Ricardo que iria quebrar o galho , tanto no baixo como nos vocais. 

Ricardo e Walter em clima de ensaio no Spectrum Studio

Edu na bateria, no seu cantinho, arrebentando tudo no Spectrum Studio

E dessa forma passamos a ensaiar para o tal festival, e como a apresentação exigia duas músicas de cada banda, nós já tínhamos duas músicas completas; Noites Paulistas e Cidade Grande. Passamos a ensaiar as músicas de forma intensa.

Fest Martins Rock
Da esquerda para a direita; Tite ( guitarra e backing ), Ricardo ( baixo e vocal ), Walter ( guitarra ), e lá no fundo Edu ( bateria ).

No dia do festival nos apresentamos bem, tivemos a colocação de número 12, num total de 32 bandas participantes, sendo que muitas delas já com mais tempo de palco do que nós. O saldo foi positivo.

O Cartaz do Festival que foi realizado em Pirituba
Aqui podemos perceber o nome das outras bandas que participaram do festival



CAPÍTULO 24
RESUMO DAS FORMAÇÕES

Primeira Formação : de março de 1983 a abril de 1984
* Carlinhos ( contrabaixo )
* Claudio ( vocais )
* Edu ( bateria )
* Walter ( guitarra )

Segunda Formação : de abril de 1984 a maio de 1984
* Carlinhos ( contrabaixo )
* Claudio ( bateria e vocais )
* Walter ( guitarra )

Terceira Formação : de maio de 1984 a junho de 1987
* Carlinhos ( contrabaixo )
* Edu ( bateria )
* Walter ( guitarra e vocais )

Quarta Formação : de junho de 1987 a agosto de 1989
* André ( contrabaixo )
* Edu ( bateria )
* Flavio ( teclados )
* Walter ( guitarra e vocais )

Quinta Formação : de agosto de 1989 a março de 1995
* Carlinhos ( contrabaixo )
* Edu ( bateria )
* Walter ( guitarra )

Sexta Formação : desde setembro de 1999
* Edu ( bateria )
* Leandro ( guitarra e vocais )
* Marcio ( contrabaixo )
* Walter ( guitarra e vocais )

Sétima Formação : de 05 a 15 de dezembro de 2001
    * Edu ( bateria )
    * Gisele ( contrabaixo )
    * Tite ( guitarra e vocal )
    * Ivan ( vocal )
    * Walter ( guitarra )

Oitava Formação : a partir de 15 de dezembro de 2001
    * Edu ( bateria )
    * Gisele ( contrabaixo )
    * Tite ( guitarra e vocal )
    * Walter ( guitarra )

Nona Formação : a partir de fevereiro de 2002
    * Edu ( bateria )
    * Ricardo ( baixo e vocal )
    * Tite ( guitarra e backing )
    * Walter ( guitarra )



CAPÍTULO 25
RESUMO DAS APRESENTAÇÕES ESPECIAIS

Primeira Apresentação Especial : Festival de Música no Colégio CECA de Vila Guilherme
* Data: dezembro de 1983
* Música:
     - Rock And Roll
* Músicos:
     - Carlinhos - contrabaixo
     - Claudio - vocais
     - Edu - bateria
     - Walter - guitarra

Segunda Apresentação Especial : Festival de Fim de Ano na Câmara Municipal de Osasco
* Data: dezembro de 1984
* Música:
     - Noites Paulistas
* Músicos:
     - Carlinhos - contrabaixo
     - Edu - bateria
     - Walter - guitarra e vocais

Terceira Apresentação Especial : Festival da Paulistur no Bairro da Cachoeirinha
* Data: março de 1986
* Músicas:
     - Noites Paulistas
     - Solidão
     - Heavy Metal Rock
     - Rock'n'Roll
     - Agora Eu Vou Atras de Você
* Músicos:
     - Carlinhos - contrabaixo
     - Edu - bateria
     - Walter - guitarra e vocal

Quarta Apresentação Especial : Show na Igreja Santa Gema de Galgani de Osasco
* Data: novembro de 1988
* Músicas:
     - Intro - teclado
     - Solidão
     - Chuva .. E Só
     - Cosmos
     - Instrumental no teclado
     - Um Minuto de Silêncio
* Músicos:
     - André - contrabaixo
     - Edu - bateria
     - Flavio - teclados
     - Walter - guitarra e vocais

Quinta Apresentação Especial : Show de Final de Ano em Alphaville
* Data: novembro de 1990
* Músicas:
     - Intro Instrumental
     - Solidão
     - Rock And Roll
     - O Homem nas Trevas
     - Um Minuto de Silêncio
     - Noites Paulistas
* Músicos:
     - Carlinhos - contrabaixo
     - Edu - bateria
     - Walter - guitarra, teclado e vocal

Sexta Apresentação Especial : Gravação no Programa do Canal 98 da TVA
* Data: 15.12.2001
* Músicas:
     - Cidade Grande
* Músicos:
     - Edu - bateria
     - Gisele - baixo
     - Ivan - vocal
     - Tite     - guitarra
     - Walter - guitarra

Sétima Apresentação Especial : Programa Momento Rock em Guarulhos
* Data: 06.02.2002
* Músicas:
     - Cidade Grande
     - Noites Paulistas
* Músicos:
     - Edu - bateria
     - Ricardo - baixo e vocal
     - Tite - guitarra e backing
     - Walter - guitarra

Oitava Apresentação Especial : Fest Martins Rock
* Data: 13.07.2002
* Músicas:
     - Cidade Grande
     - Noites Paulistas
* Músicos:
     - Edu - bateria
     - Gisele - baixo e vocal
     - Tite - guitarra e backing
     - Walter - guitarra